No último dia 01 de dezembro, Paula Andréa de Oliveira e
Silva Rezende, professora do IF de Ribeirão das Neves e da PUC Minas, teve qualificada a sua tese de doutorado, orientada pelo prof. Simão Pedro P. Marinho.
A tese tem o título "Discursos e práticas que embaçam/embasam o Taylorismo nos cursos de Pedagogia a distância da Universidade Aberta do Brasil".
Participaram da Comissão Examinadora os professores doutores Luciana Zenha Cordeiro (UEMG) e Antônio Moreira de Carvalho Neto (PUC Minas).
O discurso da Educação a
Distância (EaD) apresenta inúmeras potencialidades de rompimento com o modelo
hegemônico de educação, porém, as práticas pedagógicas, em especial dos cursos
de formação para a docência, se assentam no taylorismo. O problema proposto
nesta tese é que a Educação a Distância possui características que possibilitam
o atendimento individual ajustado aos estilos próprios de aprendizagem dos
alunos, permite múltiplas alternativas de inovação e de rompimento com o modelo
hegemônico e está pronta para acompanhar o mercado atual altamente tecnológico.
A hipótese orientadora do trabalho foi, de que embora esteja presente a
potencialidade de inovação na EaD, esta mudança não se dá por acomodação, por
uma dificuldade de construir uma didática para o ambiente virtual. Ao mesmo
tempo que, na EaD, se afirma a adoção de um modelo inovador, pós-moderno de
educação, as práticas adotadas se assentam em um modelo taylorista, ainda que,
com a utilização de interface tecnológica que permitiria um rompimento com o
modelo de formação homogênea. O objetivo geral é conhecer as razões que
permitam identificar o paradoxo entre o discurso sobre a escola da modernidade
e uma prática assentada em uma abordagem taylorista na EaD. A pesquisa foi
desenvolvida junto a professores, tutores, assessores e gestores, dos cursos de
pedagogia da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Para isso a metodologia
proposta é uma pesquisa qualitativa com o uso da pesquisa indutiva e as
técnicas utilizadas consistiram em pesquisa bibliográfica, pesquisa explicativa
e pesquisa de campo com o uso de entrevista semiestruturada. Ao analisar os
cursos de formação de professores da UAB percebemos que a escola de professores
não acompanha a sociedade virtual e tecnológica da atualidade e não prepara os
professores para atuarem na pós-modernidade. Os cursos se utilizam dos
princípios do taylorismo como padronização, a divisão do trabalho, a
massificação, a repetição e memorização de conteúdos formando os futuros
professores em um modelo tradicional hegemônico. Constata-se que as razões para
manter o modelo hegemônico são a conveniência, a simplificação, a acomodação e
a dificuldade em construir um modelo heterogêneo, de um-para-um,
individualizado, em função dos alunos não possuírem uma formação para a EaD.
Para que a educação a distância se transforme e acompanhe a (r)evolução social,
tecnológica e econômica se faz necessário mudar a escola de formação de
professores, começando pela mudança dos seus docentes e a adoção de novas
metodologias que devem ser criativas e emancipatórias e propiciem aos alunos,
futuros docentes, uma mudança de postura no ato de ensinar e aprender, para
atuar na EaD.
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